segunda-feira, 27 de abril de 2009

A propaganda dos Democratas e a leitura

Um dos meus grandes prazeres é assistir intervalos...sim, os programas por vezes eu até dispenso, mas os comerciais são um vício. E no meio de tantos vídeos criativos, memoráveis sempre encontramos alguma pérola! Quando me mudei para o interior me divertia vendo os comerciais locais pra lá de precários, mas me espantou a insensibilidade de uma propaganda partidária do Democratas que tenta enaltecer as decisões de Kassab na prefeitura de São Paulo: "as duas professoras na primeira série já vem dando resultados: a maioria dos alunos da segunda série já sabem ler..."
Nossa, que maravilha, temos que soltar rojões pois a maioria passa um ano inteiro e consegue aprender a ler...e ainda não sabemos exatamente o que, pode ser que só leiam o próprio nome.
A propaganda alardeia o que de fato ocorre na rede pública do ensino brasileiro: a escola pode até conseguir formar, mas por vezes não consegue informar. Tiram dos cidadãos um direito tão fundamental e o que ninguém menciona - um prazer muito grande - de absorver o conhecimento.
A leitura quando estimulada proporciona compreensão, instrumento para aquisição de todo o conhecimento normatizado que a sociedade levou milênios para desenvolver, e mais o prazer e independência como se à partir dessa conquista pudéssemos gerir nossa própria vida.
Minha primeira experiência com essa conquista se deu 1.982, então com recém completados 6 anos. As notícias de última hora na televisão ainda era divulgadas por escrito na tela, sem as tecnologias de imagem em tempo real de hoje. Sem qualquer narração o desenho animado que assistia foi interrompido por uma tela azul onde estava escrito: "Com pesar informamos o falecimento de Elis Regina".
A emoção que me causou ter conseguido terminar a leitura em tempo hábil e compreender o que estava escrito foi tão grande que me recordo de sair gritando para minha mãe - a quem eu sabia ser fã da cantora - como se o ocorrido fosse a coisa mais maravilhosa do mundo....E também lembro da minha frustração quando ela me descreditou: imaginem, uma menina de 6 anos dizendo ter lido (não ouvido, lido) na televisão a notícia da morte de um ícone jovem da música no alge de seu sucesso? Só podia ser invenção de criança.
Confirmada a notícia é que tive o meu reconhecimento pela leitura, prazer que não foi tirado sequer pela compreensão que veio depois, quando eu virei fã, da verdadeira perda daquele dia.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

As passagens aéreas e os cidadãos comuns

Há cerca de um mês minha cunhada aceitou transferência do trabalho para Brasília. Sim, o Planalto Central ainda reserva boas oportunidades de emprego para aqueles que se submetem a viver num clima seco como o deserto e a um custo de vida bem alto! Nada comparado, claro, à atividade parlamentar. Ser eleito deputado federal no Brasil é melhor que ganhar na Mega-Sena, tão cobiçada por boa parte dos brasileiros.
Em que pese o atrativo do salário, qualquer empregado que recebe uma proposta de transferência para outro Estado tem que ponderar a mudança (a meu ver indissociável do exercício da função), os deslocamentos para visitar a família, entre outros fatores. Isso até mesmo em outros Poderes pois para se candidatar a prefeito ou governador uma exigência já é o domicílio eleitoral no local, o que presume a residência. Se um candidato decide ingressar na magistratura em outro Estado terá que arcar com os custos da mudança. E mais, quando inicia na profissão passa por várias cidades até se elevar do status de substituto e não recebe qualquer benefício a mais por essa prerrogativa do cargo.
Já com nossos representantes do legislativo a coisa é bem diferente...ele se candidata a uma vaga que já sabe ser em outro Estado, mas quer receber auxílio moradia pois terá que se mudar para Brasília para exercer sua atividade. E no fim das contas, não se mudam. Continuam morando em seus estados de origem e devem receber para isso passagens para ir e vir. E para a família ir e vir. Não esqueçam dos amigos. Ahh, e dos agregados.
Meu pai já dizia: agregado não é família! Tenha santa paciência! Passou da hora de os deputados se candidatarem por vontade de fazer algo pela nação e não por interesses pessoais. E para isso, nada melhor que o exemplo do Congresso Britânico que recebe muito pouco. A consequência para pouca remuneração é interesse apenas dos que efetivamente querem exercer aquela função.
Se já sabemos que o exercício daquele cargo é em outro Estado, equiparemos a qualquer outro empregado: eles que pesem se querem ou não mudarem pra lá. E que arquem com a mudança. Pensem se cabe no salário -já polpudo - e se compensa.
E eu é que sou chata?

O blog e a velha chata!

Há tempos venho pensando em divulgar minhas idéias mas até hoje não havia tido nada de específico que me levasse a concretizar o blog.
Entretanto, acredito que quando as coisas devem acontecer algo nos encaminha a elas, como se todo o universo conspirasse a favor.
E assim, as notícias da semana fizeram surgir um grito que precisa sair e que vai dar início a essas conversas. Em geral escrevo sobre fatos noticiados, propagandas, coisas que analiso de outras maneiras, além de muitos fatos sobre direitos do consumidor e consumo consciente, assuntos por que me interesso muito atualmente.
Ahh, e tem a velha chata...a velha chata sou eu mesma. Sim, do alto de meus 32 anos já me enquadro perfeitamente no conceito social da "velha chata". A velha chata questiona, briga por seus direitos, exige o cumprimento a contento dos serviços, compra só o que precisa, pleiteia descontos, escolhe os legumes, verifica datas de validade, cupons fiscais, entre outras coisas.
A velha chata não precisa necessariamente ser velha, já que qualquer menina de 20 anos vira "tia" nas bocas de quem não quer atender como deveria, prestar o serviço como deveria, ter paciência como deveria, dirigir seus carros como deveria, enfim, agir em sociedade como seres civilizados!
Daqui pra frente encontrarão muitas dicas de direitos do consumidor, relatos de "brigas" da velha chata, a rainha do 0800 e SACs em geral.