segunda-feira, 16 de maio de 2011

Inconsciente coletivo e sincronismo

Muitas invenções, idéias, informações, parecem que pairam no ar e o sincronismo com que parecem pipocar nas mentes não me parece mera coincidência. Grandes avanços da humanidade e inventos surgiram ao mesmo tempo em países distantes - antes de qualquer indício de globalização - e sua autoria até hoje discutida, como no caso do avião.
Em várias culturas antigas, também se percebe similaridades em rituais, figuras místicas e religiosidade, sem que estas comunidades jamais tenham se encontrado. É como se as coisas acontecessem em ondas, ficassem esperando o momento em que várias pessoas se conectem à informação e a realizem.
Tudo isso poderíamos chamar de inconsciente coletivo ou sincronicidade, talvez. O fato é que tais eventos ocorrem desde que a humanidade existe!
Entretanto, vejo que se tal evento acontece com coisas positivas, tem acontecido muito também com as negativas.
Não consigo entender que eventos tão horrendos possam acontecer tanto em determinadas épocas. Já foi assim com pensamentos "arianos" de superioridade que geraram as catátrofes que a história nos conta, e agora tem acontecido pelos casos sucessivos que se noticia de abandono de bebês - e não o abandono simples - resolve-se agora tratar a vida literalmente como lixo.
Pessoas que não podem sequer ser consideradas seres humanos - já que de humanas nada tem e não ser a crueldade - querem se livrar de seus filhos não desejados e para isso usam de um método muito simples: ensacam e jogam no lixo.
Que desvirtuamento de valores as fazem pensar que podem decidir o destino dessa maneira? Ou que a melhor saída é essa, tendo em vista tantos outros meios mais dignos?
Que traumas psicológicos irreparáveis esse simples ato pode fazer por essas crianças, que terão que lidar com a informação que suas genitoras - já que apenas geraram o ser, nunca serão suas mães - as consideraram um lixo. Acho que mesmo uma adoção futura com total carinho não poderá reparar esse karma!
Temos que repensar nossos valores sociais, não posso entender que o mundo terá um final feliz se o que paira sobre nosso inconsciente é esse tipo de pensamentos pois sempre haverão mentes desvirtuadas que atrairão essas barbaridades.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Texto dedicado às alunas

Texto dedicado a todas as alunas e lido em nossa na confraternização de final de ano

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina
.”

Essas palavras não são minhas, e sim de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs imortalizada por seu pseudônimo, Cora Coralina. E não é à toa que utilizo versos dessa escritora aqui. Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás, foi publicado em 1965, quando a poetisa tinha apenas 75 anos...e notem que ela é considerada uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX.

Cada uma de vocês vem aqui com uma história de vida mais fascinante que a outra, rumos diferentes, realidades e condições diferentes, mas vejo pontos em comum que trazem todas até aqui.

Como Cora Coralina, todas vocês se dispuseram a iniciar e aprender algo novo, sem pensar na idade, sem se acomodar com o tempo que se foi, sem pensar em como será ou quanto tempo ainda terá....
Burlaram o preconceito contra o desconhecido e se entregaram a conhecer antes de julgar, a incorporar o que for bom para si e descartar o que não servir.

Todas preservam alegria pela vida, crença na humanidade e muito amor no coração.

Eu acredito que mais feliz do que aquele que apenas transfere o que sabe e aprende o que ensina, é que aquele que aprende com quem ensina.

Cada uma de vocês em um dia incorporou o papel de minha confidente, ou de mãe, quisá avó de meu filho...com vocês, já aprendi sobre música, sobre a Campinas de ontem e de hoje, sobre culturas difentes....comprei mais passagens e viajei por mais lugares que sonharia meu espírito sagitariano!

Obrigada por compartilharem suas histórias e me receberem em suas vidas e casas!

Que todos nós renovemos as esperanças em dias melhores pra sempre. Feliz natal!

sábado, 3 de julho de 2010

Tá todo mundo mais calmo??

Bem, acho que hoje todo mundo já está mais calmo depois do jogo de ontem então já posso falar sem ser massacrada, digo, tão massacrada. Até que enfim acabou a palhaçada! Ufa, falei, pronto!


Não sou nenhum tipo de xiita maluca que é contra tudo e só quer ver o Brasil perder... eu acho maravilhoso e aplaudo quando temos vitórias no esporte ou destaque no exterior com profissionais de todas as áreas. Acho que temos que superar nosso sentimento de inferioridade e conquistar tudo que quisermos. O que ocorre com o futebol é que me incomoda, irrita até.


Primeiro porque a seleção de futebol conquista o espaço que tem na base de um investimento milionário, talvez bilionário de vários setores...e esse investimento a meu ver não retorna para nós - cidadãos comuns -de nenhuma maneira.

Comerciante que ficou feliz durante esse mês só quem vende camisetas, fogos ou donos de bar...no mais foi uma pasmaceira...

Agora vou deixar registrado e daqui a quatro anos vamos confirmar o seguinte: se você está com vergonha do Brasil nessa copa, espere para saber o que é vergonha de verdade em 2.014. Hoje a vergonha é apenas da seleção, do futebol... daqui a 4 anos a vergonha vai ser nacional!

Como sede da Copa, vai ser um tal de obra nao finalizada, desvio de dinheiro, corrupção, assalto a estrangeiros que vierem assistir, cambista, falsificação de ingresso, apagão, transporte não suficiente e eficiente....afff...dá até medo...

Isso sim é vergonha....vamos torcer, de verdade é para que tudo isso não aconteça e que sejamos anfitriões à altura do que queremos ser no futebol.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Homem primata, nacionalismo barato"

Aff, começou....graças aos chinenes com suas bandeiras baratas, o Brasil da Copa está mais nacionalista que nunca!

Se usar uma camisa verde ou algo próximo do amarelo canário durante 3 anos e 11 meses é completamente brega por aqui, nessa época é preciso usar óculos de sol pra aguentar tanto amarelo. SOCORRO!

Seria muito bom se todos se unissem com o mesmo empenho para lutar por tudo que está incomodando, pelos absurdos impunes. Estou com medo sincero da próxima copa no Rio de Janeiro, acho que será o primeiro mês decretado feriado nacional na história do universo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

As cadeirinhas, a educação e o poder familiar!


Um dos institutos mais importantes no direito de família é o antigo "pátrio poder", hoje no Código Civil chamado de poder familiar a fim de não caracterizar sobrevalência do poder do pai em detrimento da mãe. Trata-se de um conjunto de direitos e deveres exercidos pelos pais ou responsáveis sobre os filhos enquanto, menores os assistindo, educando e criando; e posteriormente, dos menores em amparar os pais na velhice.
Fato é que os pais devem em princípio cuidar da educação, assistência, proporcionando condições para que as crianças cresçam e desenvolvam todas as suas potencialidades.
Ocorre que penso que em nosso país, o Estado vem assumindo responsabilidades que não são suas, decidindo pelos pais, e impondo sua vontade sobre a de quem efetivamente deve exercer o poder familiar.

A Constituição de 1.988 determinou que a educação é responsabilidade do Estado. Em tese a lei viria a beneficiar a nação, no entanto, analisando-se a real situação do ensino público brasileiro, devo dizer que isso causou um enorme problema aos pais realmente diligentes mas que não tenham condições de arcar com o custo do ensino particular. Outro dia li sobre um casal que está sendo processado e corre o risco de perder o poder familiar por não considerar que a escola pública de sua localidade seja adequada aos filhos pois apresenta violência excessiva. Eles resolveram educar as crianças em casa, sendo que eles participam e são aprovados nas avaliações....mas o Ministério Público entendeu que a frequência é obrigatória e que os pais estão descumprindo a Lei.
As escolas públicas estão em situação caótica, a violência domina essas instituições, e se não desejo que meu filho participe disso e resolvo educar em casa não posso? Se o Estado quer prevalecer seu poder familiar nas não é diligente em cumprí-lo...o que deveria acontecer? Penso que deveria se destituir esse mesmo Estado do poder como é feito com qualquer pai ou mãe negligente.
Outro caso de nítido enfrentamento à soberania de decisões pelos pais é a Lei que entra em vigor hoje, exigindo o uso de cadeiras especiais para transportar crianças nos veículos. Não que seja contra o uso, ao contrário, acho que é a maneira mais segura de levá-los, entretanto, questiono aqui a obrigatoriedade pois considero uma interferência no poder de decisão de cada um.
Se impõe o uso das cadeiras para transporte em carros particulares mas as peruas escolares, profissionais que estão transportando o filho dos outros não precisam? Ônibus idem...dois pesos e duas medidas porque?
Se encontro uma amiga que não tem carro caminhando no sol de meio dia com seu bebê não posso oferecer-lhe uma carona? Se viajo para outra cidade de ônibus posso transitar quilômetros sem a cadeira, mas ao chegar não poderei andar com a criança no carro de parentes que me hospedam?
Tem legislador que vive numa casa com ar condicionado, entra num carro com ar condicionado para ir ao plenário com ar gelado e acha que não faz mais calor no mundo! Não tem noção de realidade! Tenha dó!
Prezado legislador, com todo o respeito, vai tomar cu...idado com dólares em sua cueca que do meu filho, cuido eu!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dilema das mães modernas: o CC


Nessa semana em que se comemora o dia das mães, e antes que pensem que apelei para "escatologia" vou logo explicando...acredito mesmo que o maior dilema das mães modernas é o C.C. - Correria e Culpa.



Em que pese que na fase de amamentação sofria mesmo com o cheirinho azedo do leite, passada essa época sobra mesmo o "cc" da correria e culpa. A imagem que estão tentando nos vender da mulher moderna como esse ser intergalático que consegue ser impecalvelmente multitarefas é outra prisão.



Se de um lado as mulheres queimaram sutiãs para terem liberdade de entrar no mercado profissional, de outro essa armadilha está nos levando a uma gaiola dourada onde podemos sim, ingressar nesse mercado, desde que para isso nos esgotemos em dar conta das demais facetas de nossas vidas com esmero. Assim sendo, a mulher profissional quando decide ser mãe apenas incorporará essa função em sua vida corrida não podendo curtir essa maternidade plenamente se assim for a sua vontade.



E assim começa o ciclo infinito da correria e culpa: se estamos no trabalho, estamos culpadas por deixar os pequeninos na creche, ou com babás...se estamos em casa, nos culpamos por não estarmos envolvidas completamente com o trabalho: não temos mais disposição para ler o que líamos antes, para estudar o que antes fazíamos. Surge um curso interessante lá vem a culpa: vou deixar as crianças mais tempo do que já ficam delegadas a outros para fazer um curso...se não fazemos vem a culpa também pois não estamos investindo na carreira como deveríamos.



Claro que toda essa culpa vai ser permeada por uma correria sem fim, já que na ânsia de abraçar todas as tarefas tentamos fazê-las no menor tempo possível, correndo inegavelmente ... e inutilmente!



Tenho uma colega que afirmou categoricamente que nunca mais trabalhou com a mesma concentração desde que seu filho de um ano e meio nasceu. É mesmo difícil separar totalmente os momentos em que nossa cabeça tem que pensar só nisso ou naquilo porque nosso cérebro feminino não funciona dessa forma. Cientificamente todas as informações no cérebro feminino se conectam com tudo, através do elo da emoção. Diferente dos homens que conseguem e precisam se desligar de uma informação para se concentrar em outra, as mulheres interligam as informações o que lhes permite fazer várias coisas ao mesmo tempo sem perder atenção, o que não quer dizer que diminua sua atenção.



Como ter total atenção no trabalho se seu filho está doente....ainda que medicado e em boas mãos? Como não se emocionar com aquelas pequenas carinhas e mãozinhas te segurando e pedindo para ficar? Fora que nessa correria a criança também acaba levando vida de adulto, lotada de horários, cursos, aulas, aprendem logo o verbete "atrasado".

Claro que é arriscado deixar a carreira pois a criança crescida dificilmente vai tomar tanto tempo como quando era pequena e pode ficar um vazio. E depois de adultos são flechas lançadas, não saberemos nunca se retornarão e se estarão ao nosso lado, mas o que pondero é a escolha! Simplesmente luto pelo direito de escolher e não sair do estereótipo da mulher subjulgada e inferiorizada e entrar em outro o da super mulher. De fato muda ao que somos obrigadas, mas será que não continuamos obrigadas a algo?

Não sei realmente a solução, volto ao post do retrocesso, mas apenas para reflexão, devemos pensar seriamente sobre o papel da mulher moderna, e o resultado dessa geração que cresce carente de mãe. Dizem que só se entende sua mãe quando se torna uma, e de fato, hoje sei o grande papel que a minha tem em minha vida!

Com ela aprendi que não se pode ensinar tudo o que se pode precisar, então a lição mais importante que temos que ousar empreender como mães é ensinar os filhos a se interessar, aprender, pesquisar pois assim poderão encontrar as habilidades que precisarem no momento em que elas surgirem.

Um feliz dia das mães a todas e especial para você: minha mamãe!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Hoje me aproprio de texto alheio, depois comento

OS DOMINGOS PRECISAM DE FERIADOS (Rabino Nilton Bonder)
Feriados - dia de respeito e atenção a si e à vida...
Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica.
Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação. Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo.
A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.
Hoje, o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações 'para não nos ocuparmos'. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.
O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo...
Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme.
As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.
Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo.
Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa.
O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado...
Nossos namorados querem 'ficar', trocando o 'ser' pelo 'estar'. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI. Um dia seremos nossos?
Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto, e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...
Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.
O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair: - literalmente, ficar desatento;- é um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida.
A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é: 'o que vamos fazer hoje?' já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.
Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande 'radical livre' que envelhece nossa alegria: o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Afinal, por que o Criador descansou?
Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.