Há cerca de um mês minha cunhada aceitou transferência do trabalho para Brasília. Sim, o Planalto Central ainda reserva boas oportunidades de emprego para aqueles que se submetem a viver num clima seco como o deserto e a um custo de vida bem alto! Nada comparado, claro, à atividade parlamentar. Ser eleito deputado federal no Brasil é melhor que ganhar na Mega-Sena, tão cobiçada por boa parte dos brasileiros.
Em que pese o atrativo do salário, qualquer empregado que recebe uma proposta de transferência para outro Estado tem que ponderar a mudança (a meu ver indissociável do exercício da função), os deslocamentos para visitar a família, entre outros fatores. Isso até mesmo em outros Poderes pois para se candidatar a prefeito ou governador uma exigência já é o domicílio eleitoral no local, o que presume a residência. Se um candidato decide ingressar na magistratura em outro Estado terá que arcar com os custos da mudança. E mais, quando inicia na profissão passa por várias cidades até se elevar do status de substituto e não recebe qualquer benefício a mais por essa prerrogativa do cargo.
Já com nossos representantes do legislativo a coisa é bem diferente...ele se candidata a uma vaga que já sabe ser em outro Estado, mas quer receber auxílio moradia pois terá que se mudar para Brasília para exercer sua atividade. E no fim das contas, não se mudam. Continuam morando em seus estados de origem e devem receber para isso passagens para ir e vir. E para a família ir e vir. Não esqueçam dos amigos. Ahh, e dos agregados.
Meu pai já dizia: agregado não é família! Tenha santa paciência! Passou da hora de os deputados se candidatarem por vontade de fazer algo pela nação e não por interesses pessoais. E para isso, nada melhor que o exemplo do Congresso Britânico que recebe muito pouco. A consequência para pouca remuneração é interesse apenas dos que efetivamente querem exercer aquela função.
Se já sabemos que o exercício daquele cargo é em outro Estado, equiparemos a qualquer outro empregado: eles que pesem se querem ou não mudarem pra lá. E que arquem com a mudança. Pensem se cabe no salário -já polpudo - e se compensa.
E eu é que sou chata?
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É um absurdo o que acontece na nossa política. Ficaria a noite toda escrevendo sobre a minha indignação.
ResponderExcluirAlê, parabéns pela idéia genial !!!
Sua tia Sônia